STEVE DITKO-GÊNIO
Sexta, dia 06 de julho de 2018 recebo uma mensagem num grupo do whatssapp. "Steve Ditko :(", a pessoa que escreveu é um Marvete, assim como eu, por isso já pensei que provavelmente o gênio por trás, não só de grandes personagens, mas de outro jeito de produzir e contar uma história em quadrinhos, havia falecido. Confirmada a informação, veio a tristeza e vontade de escrever algo sobre a forma única e nunca igualada de Ditko que foi um marco na história dos quadrinhos.
A coisa que mais assusta nas criações de Steve é como sua obra é autêntica, ele criava conceitos tão únicos para cada personagem que sintetizava de maneira o que era o personagem. Os conceitos que explorava eram tão completos que parecia que o personagem era aquilo e sem essa característica deixaria de ser ele aquele que conhecemos.
Um bom exemplo é o Homem Aranha, quando imaginamos o amigão da vizinhança o que vêm a cabeça? Basta perguntar a qualquer um médio entendedor do personagem que termos a resposta: "um herói que é isolado, que além de salvar as pessoas de bandidos, tem contas para pagar e é um Nerd clássico. Sem amigos e perseguido pelo fortão Flash Thompson".
Nada de errado, obvio que sabemos que essa foi à fase que marcou a era Ditko e Lee. Mas quando lemos a obra completa do teioso vemos que logo o sucessor dele (Romita Sênior) essas características foram suavizadas. Desenhista das mulheres mais bonitas da Marvel (quando lemos o roteiro Lee deixa claro como Romita gosta de desenhar mulheres) fez do seu Peter Parker mais cool e sem tantos problemas na agora faculdade e com contas. Até amigo do Flash ele virou e agora vivia um quase triângulo amoroso.
Nada contra a fase do Sr. Romita, óbvio, é meu herói favorito e amo cada fase ao seu modo, mas quando lembro como é o Homem Aranha, a fase que mais vêm a mente é sem dúvidas a fase Ditko Lee. Mas talvez a que eu queria mais falar é de outro, que embora tenha sido uma passagem curta, deixou rastros até hoje. Trata-se do gigante esmeralda.
Em algum momento, Steve Ditko foi chamado a sala de Stan Lee para conversar. Stan iria dá mais um titulo a Ditko e ele querendo desenhar o novo México escolheu o incrível Hulk. Ao começar a trabalhar no personagem ele muda a forma como ele se transforma. Passou a se transformar em acessos de raiva, o que deu nova vida criativa ao personagem. Você imagina o Hulk sem essa característica? Na minha visão foi esse detalhe genial que fez o Hulk passar de um personagem meio Frankenstein para um personagem autêntico e inovador, não poderia ter saído de outra mente.
Steve foi eterno e mudou totalmente a forma de como a indústria produzir quadrinhos. Além de mudar a forma como lemos, sua obra ia muito além do lugar comum. Nunca foi igualada, provavelmente não será. Se a indústria fosse menos como é teríamos muito mais de sua prolifera mente. No entanto, não é de lamentar o que temos. E não é assunto para este texto.
Steve Ditko tinha uma visão única para quadrinhos de super heróis. A forma como ele passava fugia muito do comum, tinham alma, visão, identidade. Jamais vimos algo que se igualou e sua forma de contar estas histórias mudou não só o rumo dos quadrinhos, sem dúvidas mudou a forma como são contadas as histórias da nona arte. Ainda seria pouco falar que mudou só isso, absolutamente sabemos que a obra deste gênio mudou nossa visão em como ler histórias e nossas vidas tendo exemplos de pessoas nas páginas que tanto amamos.
A notícia sobre o falecimento de Steve Ditko deixou triste todos os fãs de quadrinhos em todo o mundo. Mas o que este gênio criou ficará eternamente na história, na cabeça e no coração de todos ainda que não conhecedores dos quadrinhos, já que estas ideias vão muito além das páginas.